e as coisas têm que ser vividas quando têm de ser vividas
12:37
e como se escreve o amor?
que se tem e não se tem, e podia escrever aqui o teu nome sem saber e
as coisas têm que ser vividas quando têm de ser vividas,
mais o divino labirinto das causas e dos efeitos Borges e tu não devias ter entrado aqui tão depressa,
e as causas de efeito nenhum,
que a vida perfeita chega-nos de tantas maneiras mas quase sempre ao entardecer, e não há razão,
12:37,
e qual é o efeito?
e como se escreve o nome da tua rua que trago na ponta da língua que falamos nos dedos?
— Toca-me!
oferece-me a magia que a noite não sabe ter
— Toma lá a chave!
e como se diz o que não se diz? e ficará dito?
— Canta-me aquela canção que só é perfeita no teu tom desafinado!
e como se escreve o destino e se diz eu tu nós? como se escreve o destino e se diz eutunós?
e sei que não há passado…tudo tem que ser vivido quando têm de ser vivido, não há passado e não ausentes, nem memória, só tu
e como se escreve o que se sente mesmo sabendo que é real? e como se diz?
resta já tão pouca vida em Paris,
12:37,
resta já tão pouco do nosso viver em Paris Adelaide Nairobi Deli,
será que já alguém to disse?
resta já tão pouca Paris Adelaide Nairobi Deli,
e apeteceu-me escrever aqui o teu nome, era-me fácil, mais fácil do que
menti-te!
menti-te
em relação à 5.ª dimensão, 12:37,
é diferente a relação espaço-tempo que se estabelece no meu coração, não obedece a leis, e eu também converso com anjos nas ruas de Londres, 12:37, Swedenborg, e escrevi Swedenborg para não escrever o teu nome e tu sabes
— Será que amanhã ainda me vais amar?
— Não me lembro
é como se escreve o tempo que faz no meu coração,
mas ontem estive parado em frente ao teu mar, eram precisamente 12:37, sei-o porque pensei em ti, ontem estive parado em frente ao teu mar,
tantas coisas que continuam a ser só tuas,
12:37, e pensei em ti
12:37, sei-o porque todos os dias às 12:37 não tenho outro lugar para estar,
Casablanca,
11:37 em frente ao teu mar,
Lhasa,
19:37 e não tenho outro lugar para estar
Buenos Aires,
06:37 não há outro lugar
— Claro que posso repetir Buenos Aires,
e Borges abre a porta da Biblioteca Nacional e faz-me entrar no poema, não para falar com anjos nas ruas de Londres, 06:37, e Borges abre-me a porta da Biblioteca Nacional e faz-me entrar no poema para me colocar onde sempre estou parado e não fico
quando entro na voz de Chico, e sei que na fotografia estamos felizes, Rio de Janeiro e não sei que horas são precisamente, e me perco no interior da minha saudade enquanto te espero como nunca, como amanhã
e somos tão pequeninos outra vez e sabemos tudo e tudo por acontecer
2 comentários:
continuas a surpreender-me!!
o teu carinho incondicional é que é surpreendente...sem ser uma surpresa!
Postar um comentário