23.11.09

Poetry Rules - Xavier

1. O prato que se parte e descobre os silêncios da vida
Chão adentro jaz uma alma entre os fragmentos da última hora


E aquele livro que se fecha antes de sentir o sopro fundo da morte


2. Como se a morte existisse para lá da vertigem desta paredes
E da humidade que me come os ossos

3. Já não estranho a tua presença posta a um canto
Já não estranho o sangue na boca feita pranto

18 XI 2009

14.11.09

Poetry Rules - Paulo Alves

agora invento-te

deixaste muito longe o teu coração e por isso já não falo tanto de ti.
agora invento-te:
crio um mundo nos meus olhos para te olhar.

(mas não tenho a tua boca,
nem a ponte das nossas línguas).

Upssss...


10.11.09

Poetry Rules - Alberto de Serpa

Amores Infelizes

Amor de olhos nos olhos e silêncios,
de grandes palavras irremediáveis: sempre... nunca...,
de beijos nos olhos húmidos e nas frontes enrugadas,
de mãos nas mãos e nada mais...

Amor de grandes confidências ao luar e às estrelas,
de ciúmes que fazem insónias e sonetos pessimistas,
de aventurosos planos que se sabe impossíveis,
de perigos pneumónicos nas noites chuvosas, sob uma janela...

Amor de olhar nas águas rápidas e nocturnas do rio fundo,
com pensamentos românticos de suicídio fatal,
sentindo já no corpo o frio arrepiante da morte...

Amor de ir à igreja, depois, em manhã clara de Primavera,
e de acabar num hábito suportável e tranquilo...

8.11.09

Este blog também sonha



E se este blog fosse um Loft em Williamsburg?

Falhas de Comunicação

A última mulher de quem tentei ser amigo, achou que eu estava interessado em mais. Resultado: não ficou nada, nem amor nem amizade. A última mulher de quem estive interessado, achou que eu apenas queria ser amigo. Resultado: também não ficou nada, nem amor nem amizade.

Pode ter sido por uma coincidência absurda, macabra, astrológica. Pode ter sido porque, em ambos os casos, as duas queriam simplesmente coisas diferentes. Ou pode ter sido por outra razão mais credível e mais trágica: a quase absoluta impossibilidade de tornarmos as nossas intenções claras para as mulheres. Talvez, mas só talvez, porque nem nós sabemos ao certo o que queremos. Entre homens e mulheres, as amizades tendem para não ser muito mais do que falhas de comunicação.

Pedro Lomba
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6.11.09

Freeze The Time @ Quarteirão das Artes




Isto agora no Porto...com o plus das inaugurações simultâneas!

Post, gentilmente, surripiado ao amigo Paulo Alves@blogolhosfechados.blogspot.com

5.11.09

Toda a beleza, no fundo, é dolorosa...

Continuo à solta. Como está o joelho? Podia fazer mais pela vida, mas não faço. O seu joelho é lindo, minha senhora. Toda a beleza, no fundo, é dolorosa. Não é bem isso. O seu joelho é lindo porque me comovo a olhar para si e, se me comovo a olhar para si é porque o seu joelho (quem diria?) é o meu pretexto sentimental. [...] Estou na mesma, isto é: sonho violentamente consigo. O último: estávamos os dois numa grande sala e, escondidos atrás dos móveis (que eram pesados e sobrecarregavam o espaço), íamos disparando tiros de revólver um contra o outro. A dada altura, o sangue corria de todos os lados, mas ríamos imenso e não morríamos nem por nada.

«Uma semana noutra cidade» - João César Monteiro

Empire State of Mind - Jay-Z



In New York,
Concrete jungle where dreams are made of,
Theres nothing you can’t do,
Now you’re in New York,
these streets will make you feel brand new,
Big lights will inspire you,
lets hear it for New York, New York, New York

Live@Madison Square Garden, NYC

3.11.09

Poetry Rules - Ernesto Cardenal

Ao perder-te eu a ti

Ao perder-te eu a ti
tu e eu teremos perdido.
Eu, porque tu eras
o que eu mais amava;
tu, porque era eu
que te amava mais.
Mas, de nós dois
tu perdes mais do que eu.
Porque eu poderei amar a outras
como amava a ti,
Mas a ti não te amarão mais
do que te amava eu!